A educação inclusiva tem como objetivo garantir o direito de todos à educação, já que visa igualdade de oportunidades levando em conta diferenças étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero de alunos. Dessa maneira, nas aulas são feitas explicações e atividades práticas que garantam direito à todos.
O MEC (Ministério da Educação e Cultura) implementou no sistema de ensino em 2003. Anteriormente, haviam duas vertentes: escola especial, para alunos com qualquer tipo de deficiência ou transtorno, ou com altas habilidades, ou, escola regular, para alunos que não tinham nenhum tipo de deficiência ou transtorno, e nem altas habilidades. Agora, Plano Nacional de Educação (PNE) integra os alunos da “escola especial” na escola regular.
Entenda mais sobre o que é educação inclusiva, quais são os pilares e os principais desafios enfrentados para promover uma educação de qualidade à todos.
Educação inclusiva: o que é?
Em grosso modo, a educação inclusiva é a considerada um processo social em que todas as pessoas, com deficiência ou não, têm o direito à escolarização. O processo de ensino é livre de preconceitos e reconhece o valor de todos. É direcionada pelo Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020). Este documento estabelece que a educação especial seja uma modalidade que passe por toda a escolarização, desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. É realizado atendimento educacional especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos próprios do AEE e orienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas comuns do ensino regular.
Como público-alvo: pessoas com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades.
Quais são os princípios da educação inclusiva?
√ Todos têm o direito de acesso à educação
√Direito de aprender
√ Processo de aprendizagem de cada pessoa é singular
√O convívio em ambiente escolar comum beneficia a todos
√A inclusão na educação diz respeito a todos
Caso o aluno apresente necessidades específicas por conta de sua condição, poderá requerer recursos diferenciados identificados chamados de necessidades educacionais especiais (NEE). Dessa maneira, é possível receber o benefício de apoio de especialistas, ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização; mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento. adaptações do material e do ambiente físico; estratégias diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento; ampliação dos recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos.
Principais desafios da Educação Inclusiva
A inclusão no ambiente escolar é muito importante para todos. O motivo disso é que alunos com qualquer tipo de deficiência passam a usufruir de grande qualidade no aprendizado, enquanto os demais alunos aprendem a lidar com as diferenças e a respeitar o próximo. Entretanto, apesar de benéfica, a educação inclusiva enfrenta alguns desafios.
⊗A introdução de recursos e tecnologia assistiva
⊗ Estrutura física inadequada
⊗ Poucos professores qualificados e especializados
⊗Aatenção quanto ao combate de preconceito por parte de funcionários e alunos
⊗ Número excessivo de alunos por sala
Qual é o histórico da legislação sobre inclusão na Educação?
Em 2015, foi promulgada a Lei Brasileira de Inclusão, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, que trata de diversos aspectos relacionados à inclusão das pessoas com deficiência. No capítulo IV é abordado o acesso à Educação e como traz avanços importantes. Entre elas: a proibição da cobrança pelas escolas de valores adicionais pela implementação de recursos de acessibilidade. No texto, justifica-se que o sistema educacional deve ser inclusivo em todos os níveis, mas não cita explicitamente que a matrícula de alunos com deficiência deva se dar na rede regular em vez de escolas especiais, o que é um ponto de controvérsias.
O MEC
O assunto está em discussão no MEC. A atual Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) foi elaborada em 2008. O texto proposto enfrenta forte oposição de alguns grupos de educadores que tratam do assunto, para quem a nova redação voltaria a estimular a volta da separação das pessoas com deficiência indo na contramão da perspectiva social – que aponta para a eliminação das barreiras e na promoção da acessibilidade, e não separação dos alunos com e sem deficiência.
Durante a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a disputa se deu pela retirada do texto introdutório de detalhamentos sobre a Educação Inclusiva. O trecho havia sido redigido por meio de contribuições de entidades e pesquisadores que trabalham com o tema. Além disso, o documento cita a necessidade de uma “diferenciação curricular”, o que é repudiado por especialistas, por ser uma forma de discriminação. Leia a íntegra da BNCC.
Antes disso, durante a tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE), que traça 20 metas para o país cumprir em dez anos, a principal polêmica ocorreu por conta da possibilidade de as crianças e os jovens com deficiência serem matriculados em escolas especiais e não obrigatoriamente na rede regular de ensino. Na redação final da meta, aprovada em 2014, essa opção foi mantida (leia a íntegra do PNE). Organizações especializadas no tema afirmam que o texto do PNE fere tratados internacionais assinados pelo Brasil.
Além do Estatuto da Pessoa com Deficiência, do PNE e da BNCC, existem decretos, portarias, resoluções, notas técnicas e leis que dispõem sobre o assunto.
Como atua uma escola inclusiva?
Foi apresentado, pela Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI da Unesco, um relatório sobre os quatro principais pilares da educação. São eles: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Isso quer dizer que a escola deve aceitar os alunos com deficiência e aprender as adaptações necessárias para que tenham direito à educação garantido, além de estimular a convivência com as demais pessoas, mesmo que estes tenham uma forma diferente de ser.
Os professores devem ser capacitados e ter formação contínua, assim como devem ser realizadas reuniões frequentes para melhor lecionar. Na questão da posição da escola, também deve haver uma flexibilização no currículo pedagógico para melhorar a aprendizagem de deficientes.
A tecnologia assistiva deve ser incorporada, já que facilita e melhora a condição de aprendizagem dos alunos. São elas: audiolivros, braille lite e book reader.
Entretanto, por mais que o papel da escola seja importante, deve haver um trabalho em conjunto.
Rede de apoio
A família também é responsável educação escolar da criança ou do jovem. Ou seja, a escola e os responsáveis devem manter uma boa relação e boa comunicação para potencializar a aprendizagem.
Profissionais de saúde, como fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos, devem explicar ao corpo docente a necessidade individual do aluno e assim haver melhor direcionamento.
Atendimento Educacional Especializado
Conforme estipulado pelo MEC, a Educação Inclusiva propõe orientação de professores e alunos quanto a metodologia.
Escola especial x Escola inclusiva
Antigamente, a escola especial substituía a escola regular. Hoje, é apenas vista como complemento para o ensino. O aluno só deverá ser matriculado caso a abordagem não seja suficiente e precise de recursos especiais, fora do horário de aula. Como, por exemplo, deficientes auditivos devem fazer aulas de libras e pessoas com deficiência intelectual devem aprender uma forma de comunicação alternativa.