A Teoria de Piaget, que usa a abordagem psicogenética, coloca o sujeito como epistêmico (busca constantemente explicar o mundo). Com isso, é possível entender que o processo de construção do conhecimento também é pautado na autonomia. Ou seja, entende-se que ninguém transmite nada a ninguém, é a própria pessoa que escolhe a construção do conhecimento. Isto contribui para educação, porque mostra que o conhecimento acontece internamente. Sendo assim, os educadores devem avaliar os estudantes apenas por aquilo que mostram.
A teoria psicogenética é um dos conteúdos cobrados nas provas de concurso para professores. Para te ajudar a estudar e entender um pouco mais do que diz, continue lendo. Preparamos um resumo que te fará entender a teoria de Piaget.
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Quem foi Jean Piaget?
Jean William Fritz Piaget é considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Foi biólogo, psicólogo e epistemólogo, que trabalhou a vida inteira observando o processo de aquisição de conhecimento do ser humano, especialmente da criança.
As descobertas feitas pelo suíço foram importantes porque mostraram que não se pode fazer uma criança aprender, se ela não tiver condições de absorver ou se o conteúdo não fizer falta em termos cognitivos. Piaget acreditava que as crianças adquirem conhecimento através das próprias descobertas e por isso, trabalhou em experiências que comprovassem na prática essa crença.
Teoria de Piaget: Psicologia Genética
O pensador buscou entender de onde surgia o conhecimento, o que o fez estudar tão profundamente as crianças, já que é na infância que o aprendizado é construído. Com base nesses estudos, desenvolveu a Psicologia Genética, que diz que para conhecer algo, é preciso experienciar. Porém, para adquirir conhecimento, é necessário um conjunto de operações mentais que vão complexificando, conforme o conhecimento também se complexifica. Segundo a Teoria de Piaget, conhecer significa organizar, estruturar e explicar a realidade a partir daquilo que se vivencia nas experiências com os objetos do conhecimento.
A Teoria de Piaget tem como base as relações de troca que o indivíduo estabelece com o meio. Para ele, o conhecer implica agir sobre a realidade, – física ou mentalmente. Sendo assim, a ação é a principal fonte de conhecimento. Com isso, surgem as noções de assimilação, acomodação e adaptação.
→ Assimilação: Designa um processo no qual uma criança adquire nova informação. A criança está sempre disposto a aprender. A estrutura cognitiva funciona em um esquema de “berço”. Quando é apresentado um objetivo semelhante, como uma mesa, a terá também como berço. Esse é um caso de assimilação. Como os dois têm quatro pernas e são grandes, são iguais. Isso os torna confundíveis.
→ Acomodação: Os dois objetos semelhantes só serão diferenciados no processo de acomodação. Mas, para que isso aconteça, deve haver a participação de um adulto corrigindo quanto houver essa confusão entre o que é parecido. Essa intervenção vai ajudar a criança a entender as diferenças.
→ Adaptação: É a troca de informações que adultos e crianças fazem com o ambiente. Isso ajuda a estabelecer a interação adaptativa do homem e meio.
Questão fundamental de embasamento
A Teoria de Piaget é embasada por uma questão: “Como o ser humano constrói o conhecimento?”. Para responder, Piaget criou a Teoria da Equilibração, que diz que o conhecimento é algo móvel e dinâmico. Sendo assim, há momentos de equilibração e momentos de desequilíbrio (quando surge o chamado conflito cognitivo).
→ Conflito cognitivo: quando o esquema mental que o indivíduo possui já não contempla as situações nas quais está inserido ou já não supre suas necessidades. Consequentemente, o indivíduo desenvolve, transporta ou sofistica os esquemas mentais já desenvolvidos. Quando a situação é resolvida, o equilíbrio se restabelece.
Os esquemas apresentam-se em uma estrutura cognitiva e podem ser classificados como: ação (motores) e representação (conceituais). Pelo conceito de modelo estar ligado aos esquemas de representação (capacidade de pensar um objeto através de outro), leva-se a crer que o conhecimento é uma representação da realidade.
A inteligência deve trabalhar na adaptação dos esquemas. A assimilação e a acomodação serão fundamentais para a adaptação.
O pensador acredita que a ação no mundo implica uma coordenação de esquemas, que, por sua vez, têm a função de dar autonomia aos indivíduos. O sujeito, portanto, é considerado epistêmico porque está sempre buscando explicar o mundo.
Os quatro estágios da vida de uma criança, segundo a Teoria de Piaget
Os desequilíbrios acontecem de formas diferentes dependendo da idade. Por isso, Piaget dividiu o aprimoramento da aprendizagem em quatro estágios.
De zero a dois anos: Sensório-motor
Criança não tem autonomia e está presa a atividade do agora. Nessa época, o bebê só consegue usar a pré-lógica (ordenar objetos do maior para o menor, colocar uns sobre os outros ou encaixar bases iguais em orifícios de mesmo desenho). Porém, é nesta fase que as primeiras noções começam a ser construídas.
De dois a sete anos: Pré-operatório
A criança precisa se adequar ao meio em que vive. Aqui começa a linguagem oral e a criança vai usar as palavras para falar sobre a rotina e passado.
É uma fase onde a criança só pensa em si e que os sentimentos são transmitidos a objetos ou animais. Por exemplo: “cachorro bonzinho, não morde o neném”.
Sete a 12 anos: Operações concretas
Criança começa a desenvolver um conhecimento e entende as operações mentais que podem ser feitas com objetos concreto. A percepção de situações não palpáveis ainda é confusa, porém começam a demonstrar opiniões e emoções.
12 +: Operações formais
Os pré-adolescentes começam a realizar operações mentais com abstrações e não somente com o concreto. Além disso, os hormônios começam a agir e o corpo passa por mudanças. Isso faz com que os sentimentos sejam afetados, por isso é normal encontrar por aí adolescentes revoltados e achando que são tão incríveis que podem mudar o mundo.
A importância da Teoria de Piaget para a educação
Entender que as crianças e adolescentes aprendem por conta de fatores internos são fundamentais para que os educadores apliquem em aulas diversos instrumentos e recursos de avaliação, de maneira que possibilitem aos estudantes diferentes formas de externar aquilo que construíram internamente.
A educação, conforme Piaget, deve ser construtivista e se basear em atividades por meio das quais os alunos possam desenvolver o conhecimento necessário à execução delas mesmas. O educador propõe, escolhe ou determina contextos nos quais as crianças ou adolescente possam desenvolver os esquemas apresentados por Piaget. Vale ressaltar que se não houver interação nessa situação de aprendizagem, não há desenvolvimento. Considera-se, então, que o pensador baseia sua teoria na relação com o social.
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